Os ares de outono-inverno já estão por aí. O que significa tirar as roupas mais pesadas do armário, procurar novas receitas de pratos mais quentinhos e, claro, proteger-se da gripe, que, sim, aparece em surtos nessas temporadas.

Pensando em diminuir o impacto da gripe em todo o país, a partir da segunda semana de abril, o Ministério da Saúde dá início à Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe e, até lá, você vai ouvir muita coisa não só sobre a vacina, mas sobre a doença em si.

Principalmente porque o H3N2 (a versão “reloaded” do vírus da gripe) já fez vítimas no Brasil este ano e tem causado muita polêmica por conta de sua passagem pelos Estados Unidos (onde mais de 60 mil pessoas foram infectadas e diversas morreram). Então, vamos aproveitar para tirar algumas dúvidas comuns?

1 . A gripe é tão perigosa assim?

A gripe é uma doença séria, que mata mais de 650 mil pessoas todos os anos, de acordo com um recente levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso porque, além dos sintomas clássicos como dor no corpo, cansaço, nariz entupido e febre alta, pode trazer complicações como pneumonia e infarto.

2. Por que o H3N2 fez tanto estrago nos Estados Unidos?

De acordo com a OMS, a maioria das vítimas era parte de um grupo bastante vulnerável, que é o de crianças e idosos. Além disso, por lá, não há tanto incentivo à vacinação, e isso abre muito espaço para qualquer vírus “fazer a festa”.

3. O H3N2 é mais perigoso ou causa reações piores?

O vírus H1N1 e H3N2 não têm diferença em relação ao quadro clínico. Ou seja, os sintomas e complicações são os mesmos. A diferença fica por conta da mutação do vírus.

4. A vacina que estão aplicando agora não é a mesma de outros anos?

Não. Todos os anos, os subtipos dos vírus da gripe incluídos no imunizante mudam. Tudo porque os próprios causadores da doença sofrem mutações constantes em suas viagens pelo mundo. (Sim, o vírus circula bastante por aí).

5. Então, a vacina do Brasil é diferente da vacina americana?

Exatamente! Quem define a composição da vacina é a OMS, com base nos dados que recebe de centros de vigilância de todos os países. Essas instituições fazem exames em pessoas infectadas para descobrir as cepas virais que mais circulam no seu território e, assim, elaborar a composição da vacina.

6. O que a vacina de 2018 tem de diferente?

A vacina dessa temporada contém três tipos de cepas: H1N1 e H3N2 (ambas do vírus influenza A) e um similar ao vírus influenza B. As vacinas quadrivalentes contêm um outro vírus similar ao da influenza B e mais as outras três já presentes na trivalente. Essa mudança na composição das vacinas vale para a rede pública e privada.

7. Todo mundo deve tomar a vacina?

É interessante que sim, mas a vacina é obrigatória para os grupos mais vulneráveis aos efeitos da gripe e aos seus sintomas e desdobramentos. Ah, isso também vale para quem tem bastante contato com pessoas contaminadas.

8. E qual é essa população de risco?

Profissionais de saúde, professores da rede pública e particular, crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias, população indígena, portadores de doenças crônicas (como diabetes, asma e artrite reumatoide), indivíduos imunossuprimidos (como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e radioterapia), portadores de trissomias (como as síndromes de Down e de Klinefelter), pessoas privadas de liberdade, adolescentes internados em instituições socioeducativas.

9. E se eu não faço parte desses grupos?

Você apenas não tem direito a tomar a vacina pela rede pública, mas pode buscar a imunização em clínicas particulares.

10. Quem toma a vacina da gripe fica gripado?

Os especialistas do Ministério da Saúde garantem que isso não acontece porque 1) a vacina é feita com o vírus morto (e não vivo atenuado, como é o caso da febre amarela, por exemplo) e 2) a relação de tempo entre o início da doença e a vacina não é causal. O que pode acontecer é a pessoa já ter tido contato com o vírus da gripe antes de tomar a vacina e o organismo não teve tempo suficiente para produzir anticorpos. Nesse caso, a doença pode aparecer.

11. E quais são as verdadeiras reações à vacina?

Entre as mais comuns então dor leve e endurecimento no local da aplicação, com duração de 48 horas. Pele avermelhada, dor muscular ou febre são sintomas raros.

12. É verdade que a vacinação protege a pessoa e os outros ao redor?

Sim, é verdade! E isso vale para todas as vacinas, não só a da gripe. Isso acontece porque o organismo de quem foi imunizado desenvolve anticorpos contra o vírus e, com isso, quando houver contato com esse vírus, as células de defesa dessa pessoa vão matá-lo, impedindo que o vírus atinja quem estiver próximo.

13. Preciso esperar o surto para me vacinar?

Ao contrário. Quem se vacina antes de as temperaturas caírem para valer fica mais protegido pela simples questão de tempo: quando o vírus quiser bater à sua porta, encontrará seu corpo preparado para a defesa.

 

Você sabia?

De 10 a 15 dias é o período que o organismo leva para desenvolver os anticorpos contra o vírus da gripe, depois da vacina;
Pessoas alérgicas a ovo devem evitar a vacina contra gripe, e essa é uma das poucas contraindicações ao imunizante;
As pessoas começam a transmitir o vírus um dia antes do início dos sintomas, e continuam nos sete dias seguintes. Então, se for diagnosticada com gripe, fique em casa!

Como dar uma “segurada” no vírus?

Ao tossir e espirrar, use a parte interna dos braços para tampar o rosto;
Utilize lenços descartáveis quando apresentar nariz escorrendo;
Evite locais com aglomeração, como metrô, ônibus e grandes eventos;
Deixe o ar circular no ambiente, mesmo nos dias mais frios;
Não tome medicamento por conta própria: procure um médico ou posto de saúde assim que apresentar sintomas e gripe.

 

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