Durante a gestação é normal haver uma preocupação sobre como a saúde da mãe pode afetar o bebê. Mas você sabia que a saúde do pai também interfere nos filhos?

Uma vez que a mulher desenvolve o bebê dentro de si por 9 meses, sendo também a principal provedora de alimento do recém-nascido durante o período de amamentação, é compreensível que a sociedade dê uma ênfase maior em como seus hábitos refletem no desenvolvimento dos filhos.

Contudo, o pai também tem um papel fundamental em todo esse contexto, suas condições de saúde e atitudes influenciam na saúde das crianças.

Isso ocorre porque o pai, apesar de não gerar o filho em seu ventre como a mãe, também é responsável por 50% do material genético que formará o feto.

Diversos estudos apontam que, quanto mais tarde o homem decide ser pai, maiores são os riscos para saúde da criança e, também da mãe.

De acordo com publicação da  Mayo Clinc, a paternidade após os 40 anos aumenta o risco de deficiências raras, leucemia linfoblástica, esquizofrenia e autismo, bem como de aborto espontâneo, antes de 20 semanas de gestação.

Acredita-se que isso ocorre por conta de as mutações genéticas nos espermatozoides serem mais frequentes em homens mais velhos.

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A influência do estilo de vida do pai na saúde dos filhos

Além do fator genético transmitido de pai para filho, o estilo de vida do homem pode influenciar diretamente na saúde dos seus filhos.

Confira alguns exemplos de fatores que podem afetar as características dos espermatozoides e os aspectos ligados ao sistema reprodutor masculino:

- Má alimentação;

- Sedentarismo;

- Estresse;

- Tabagismo;

- Excesso de bebidas alcoólicas;

- Exposição a substâncias tóxicas.

Por sua vez, a qualidade dos espermatozoides é essencial para o sucesso da fecundação e, também para a saúde do bebê.

Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Reino Unido e publicado no The Lancet, concluiu que o estilo de vida do pai pode acarretar uma série de riscos a longo prazo para saúde neurológica, cardiovascular, metabólica e imunológica da criança.

A adoção de novos hábitos saudáveis na rotina por parte do pai, ao menos seis meses antes da concepção, pode ajudar a garantir mais saúde e qualidade de vida para o bebê.

Implementar uma dieta balanceada, largar o cigarro, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e praticar atividades físicas são algumas das atitudes que ampliam as chances do filho de nascer saudável. 

Veja também: Bons hábitos podem melhorar a fertilidade masculina
 

A importância dos bons exemplos e da participação ativa do pai

Indo além da concepção do bebê, a saúde do pai e seus hábitos também têm um papel preponderante para o desenvolvimento saudável dos filhos.

Os cuidados do pai, ainda na gravidez, durante o pré-natal e, principalmente nos primeiros anos de vida do bebê, garantem benefícios de saúde duradouros para a criança que pode se refletir na sua vida adulta.

Bebês que contam com um vínculo afetivo com o pai desde a gestação apresentam melhor desenvolvimento cognitivo e facilidade de aprendizagem.

O pai também pode influenciar positivamente durante o período de aleitamento materno, apoiando e incentivando que a mãe amamente por um maior período.

Com a participação efetiva do pai, a mãe também pode desfrutar de um puerpério menos estressante e com maior estabilidade emocional para se dedicar aos cuidados com o bebê.

Crianças que contam com a presença ativa do pai durante a primeira infância também possuem maior independência, sensação de segurança e autoestima elevada.

Os hábitos e comportamentos familiares também exercem impacto na saúde dos filhos, uma vez que esses muitas vezes atuam como norteadores por toda a vida do indivíduo.

Na infância, são inseridos os principais hábitos alimentares e ocorre, também, o primeiro contato com as práticas saudáveis, como o esporte. Portanto, é fundamental que o pai seja um dos que cumpre o papel de apresentar esse universo aos pequenos.

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Diversas teorias psicológicas e pesquisas científicas reafirmam o papel da figura paterna no desenvolvimento e no psiquismo infantil.

A ausência paterna pode gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, assim como aumentar a chance de desenvolvimento de distúrbios de comportamento.

Por outro lado, um pai presente que reforce os bons exemplos, que se envolva na criação dos filhos, que compartilhe tarefas e cuidados, é de suma importância para o crescimento e desenvolvimento de crianças mais saudáveis, menos violentas e mais equilibradas emocionalmente. Além de auxiliar na formação de uma nova geração com melhor compreensão sobre equidade de gênero, divisão de tarefas e paternidade ativa.
 

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