Apesar de comum, a cólica menstrual pode ser um sinal de problemas mais graves de saúde. Portanto, se atente aos sinais e confira 5 dicas de como aliviar a cólica.
 

O que é a cólica menstrual?

A cólica menstrual, ou dismenorreia, é a dor que ocorre na região inferior do abdômen no período de menstruação. Normalmente, ela surge um dia ou algumas horas antes da menstruação e pode durar entre 1 e 2 dias. No entanto, pessoas que apresentam fluxo menstrual mais intenso e duradouro podem sofrer com as cólicas por mais tempo.

Além da dor, durante o período menstrual podem surgir sintomas como dor irradiada para as costas e até mesmo para as pernas, náuseas, vômitos, dores de cabeça, irritabilidade, fraqueza, diarreia e cansaço. Por conta disso, a cólica menstrual tem impacto significativo na qualidade de vida, atrapalhando o trabalho e os estudos.

A cólica menstrual inicia na adolescência, normalmente entre um e dois anos após a primeira menstruação, mas pode surgir nos primeiros ciclos também. É natural que, com o tempo, a intensidade das cólicas menstruais diminua, mas não é regra. Por isso, é interessante buscar dicas de como aliviar a cólica.
 

Por que a cólica menstrual acontece?

Durante o ciclo menstrual, que geralmente dura entre 21 e 28 dias, a parede do útero vai se tornando mais grossa e aumentando suas camadas. Isso ocorre, pois, caso o óvulo liberado seja fecundado, a parede espessa permite que o embrião se implante na parede do útero e a gestação se desenvolva. Caso o óvulo liberado não seja fecundado, ocorre uma queda hormonal que faz com que essa parede uterina que se formou se desprenda. Essa é, portanto, a menstruação.

Durante o descolamento da parede uterina ocorre a liberação de prostaglandina, uma substância liberada pelo organismo que causa a contração do útero. É nesse momento de contração uterina que ocorrem as dores de cólica menstrual.

A cólica menstrual possui duas classificações. A primária é aquela que não está associada a doenças, mas sim, ao ciclo normal e ao descolamento da parede uterina. Já a secundária, está associada a alguma doença pélvica.
 

Cólica menstrual primária

A cólica menstrual primária está relacionada ao ciclo menstrual normal. Como citado acima, ela ocorre devido ao descolamento da parede do útero que foi formada para receber o embrião. Se não houver fecundação os níveis hormonais diminuem e a prostaglandina é liberada, causando as contrações uterinas.

Nesse caso, a dor é cíclica e ocorre somente no período menstrual. Ela surge no primeiro dia de menstruação, e vai diminuído com o decorrer dos dias.
 

Cólica menstrual secundária

A cólica menstrual secundária surge entre os 20 e 30 anos. Ela está sempre associada a alguma doença pélvica. Por isso, o diagnóstico somente pode ser realizado por um médico especialista, através de exames de imagem ou exames físicos.

Alguns sinais que podem sugerir a cólica menstrual secundária e/ou alguma doença pélvica são:

- Dores e cólicas acíclicas, ou seja, sem relação com o ciclo menstrual;

- Dor durante relações sexuais;

- Sangramento uterino.

Algumas das condições ginecológicas que causam a cólica menstrual secundária são:
 

Endometriose

É uma condição em que as paredes uterinas que foram formadas no ciclo menstrual não são expulsas corretamente durante a menstruação. Nesse caso, elas se movem para os ovários ou para a cavidade uterina, causando dores mais intensas, inclusive durante a relação sexual.

 

Saiba mais: Endometriose: conheça os principais sintomas e informações a respeito da doença.

 

Miomas uterinos

O mioma uterino é um tumor benigno que ocorre no tecido muscular do útero. Ele possui diferentes classificações. Em geral, causa dor, sangramento e problemas de reprodução.
 

Doença inflamatória pélvica

É uma infecção que ocorre no útero e ovários, mas que pode se estender para outras estruturas da pelve e abdômen. A doença inflamatória pélvica surge de complicações de infecções sexualmente transmissíveis como clamídia e gonorreia. Os sintomas variam a depender da infecção sexualmente transmissível que está relacionada. Inclui corrimento amarelado ou esverdeado, sangramento anormal e não relacionado a menstruação, dor ao urinar e outros desconfortos.
 

Uso de DIU

DIU é um dispositivo intrauterino que previne a gravidez. Devido à sua inserção intrauterina é comum que ocorra cólica nos primeiros meses.
 

Fatores de risco que pioram a cólica menstrual?

Além disso, alguns fatores também podem agravar os sintomas da cólica menstrual. Por exemplo:

- Menarca (primeira menstruação) quando ocorre antes dos 12 anos de idade;

- Baixo peso corporal ou obesidade;

- Menstruação intensa, com grande volume e que dura mais de 5 dias;

- Irregularidade na duração dos ciclos menstruais;

- Fumo;

- Histórico familiar;

- Nunca ter tido filhos.
 

5 dicas para aliviar as dores de cólica


1. Pratique exercícios físicos

Os exercícios físicos ajudam a melhorar a qualidade de vida em geral, mas, além disso, podem ajudar a reduzir a dor no período menstrual.
 

2. Alimente-se bem e beba bastante líquido

Uma alimentação rica em ômega-3 auxilia na redução das prostaglandinas, reduzindo as contrações uterinas e consequentemente as cólicas. Além disso, ingerir bastante líquido antes e durante o período menstrual também pode ser um aliado contra as cólicas menstruais.
 

3. Utilize fontes de calor

Banhos quentes e a utilização de bolsas térmicas na região abdominal podem auxiliar no relaxamento da musculatura uterina, aliviando as cólicas. Caso não possua bolsas térmicas, é possível improvisar com garrafas de água morna ou almofadas.
 

4. Tenha boas noites de sono

Um bom descanso antes e durante o período menstrual reduz o estresse e a ansiedade, ajudando a lidar com os momentos de dores e desconfortos.
 

5. Experimente terapias alternativas

As terapias de acupuntura, acupressão, yoga, meditação, estimulação nervosa e fisioterapia podem ser ótimas aliadas para aliviar a cólica.

Caso os tratamentos não funcionem e não seja possível aliviar a cólica, deve haver investigação para cólica menstrual de causa secundária.

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