O que é o autismo?

O transtorno do espectro autista (TEA) refere-se a uma série de condições relacionadas a distúrbios do neurodesenvolvimento. A condição se caracteriza por dificuldades em áreas como comportamento social, comunicação e linguagem. Além disso, pessoas com autismo podem ter hábitos de rotina e atividades repetitivas que são únicas para cada indivíduo.

Essas condições comportamentais começam na infância e tendem a persistir até a adolescência e a idade adulta, sendo, geralmente, aparentes nos primeiros cinco anos de vida. Mas, em alguns casos, pode haver diagnóstico tardio, o que é comum devido aos avanços na conscientização sobre o tema, além de expansão dos critérios diagnósticos.

Além do TEA, muitos indivíduos apresentam outras condições associadas, como epilepsia, depressão, ansiedade e TDAH, por exemplo. Identificar o TEA nem sempre pode ser tão fácil, pois o nível de habilidade intelectual é muito variável entre os indivíduos. No entanto, há sinais e padrões de comportamento que podem ser observados e que justifiquem a busca por uma avaliação médica.
 

Fatos sobre o TEA 

Conheça os alguns fatos sobre o autismo, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS):

- Os primeiros sinais iniciam na infância, mas persistem na adolescência e vida adulta;

- Algumas pessoas com TEA têm uma vida independente, no entanto, outras possuem graves sintomas que exigem cuidado e apoio de terceiros ao longo da vida;

- Intervenções psicossociais baseadas em evidências, por exemplo, a terapia cognitivo comportamental, reduzem as dificuldades de comunicação e comportamento;

- Programas de treinamento de habilidades para os pais contribuem para o sucesso do desenvolvimento da criança com TEA;

- As intervenções precisam de maior inclusão e apoio para ambientes físicos e sociais.

 

Veja: Como identificar autismo no bebê? Saiba quais são os primeiros sinais

 

Padrões de comportamento da criança com autismo

Em bebês, pode ser mais difícil identificar os primeiros sinais de autismo, pois há muitas nuances de desenvolvimento para cada um. Mas identificá-los contribui para buscar auxílio profissional adequado e saber como lidar com os comportamentos dos filhos.

Em geral, a partir de um ano e meio, aproximadamente, é possível observar os seguintes sinais do TEA:

- Não reagir a estímulos sonoros;

- Não manter contato visual;

- Isolar-se;

- Ser preso a rotinas;

- Realizar movimentos repetitivos;

- Não interagir com pessoas;

- Interesse restrito a alguns objetos ou hiperfoco;

- Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial;

- Andar na ponta dos pés.

 

Saiba mais: Como identificar o autismo na infância: atenção aos sinais permite um diagnóstico precoce

 

Possíveis dificuldades sociais

O TEA ainda enfrenta diversos estigmas e preconceitos não só de fora de casa, mas também de familiares. Por isso, lidar com o comportamento e com as atitudes preconceituosas de outras pessoas é um dos grandes desafios enfrentados por pais de crianças com autismo. Além disso, esse comportamento pode contribuir para que a criança fique mais introspectiva.

Similarmente, a rotina escolar das crianças também pode ser impactada. Por isso, pais de crianças com autismo podem ter dificuldades em organizar as demandas escolares dos filhos em casa, como tarefas e trabalhos, por exemplo.

 

9 dicas para os pais sobre como lidar com autismo

A família é o ponto de apoio para um bom desenvolvimento da criança com autismo. Por isso, confira algumas dicas que vão ajudar pais e familiares a lidar com autismo em crianças.
 

1. Conheça o autismo

A informação correta e baseada em comprovação científica ajuda a tirar dúvidas e melhora a tomada de decisão pelos pais. Além disso, o conhecimento evita informações sensacionalistas e mentirosas.

 

2. Comunique-se com a criança

Converse de forma clara e objetiva, sempre incentivando a criança a responder e expressar seus desejos, mesmo que ela não faça isso.

 

3. Crie rotinas

Como mencionado, as rotinas são essenciais para crianças com autismo, pois elas tendem a ter preferência por padronização. Por isso, crie rotinas saudáveis, que incluam atividades de lazer, principalmente as preferidas do seu filho. Dessa forma, ele se sentirá mais confortável e será mais fácil lidar com os sintomas do autismo.

 

4. Incentive e promova o autocuidado e a socialização

É comum que os pais acabem não permitindo que a criança seja independente, seja por falta de conhecimento ou por medo de algo errado acontecer. No entanto, é essencial que a criança entenda suas tarefas e responsabilidades diárias de higiene. Para isso, ela deve ser sempre incentivada a cuidar de si.

A socialização também contribui para o desenvolvimento, pois, isolar a criança do mundo, seja por medo de preconceito ou de outros fatores, apenas atrapalha. Por isso, encoraje-o a socializar.

 

5. Divida as responsabilidades

Muitas vezes, a criança pode demandar maior atenção e cuidado, por isso, é comum que pais ou responsáveis fiquem sobrecarregados com as tarefas pessoais, do trabalho e de casa. Além disso, essa recomendação vale também para a criança.

Ou seja, incentive seu filho a contribuir com as tarefas domésticas, tornando isso uma responsabilidade na sua rotina. Dessa forma, você aumenta a autonomia da criança e ainda reduz a sobrecarga física.

 

6. Compreenda as particularidades sensoriais do seu filho

Cada criança é diferente e algumas podem ser sensíveis à luz, sons ou toques. Por isso, conheça os limites da criança e não os ultrapasse. 

 

7. Tenha paciência

Permita que seu filho se desenvolva no tempo dele. Não tenha pressa e nem tente forçar situações estressantes, pois isso vai atrapalhar seu desenvolvimento e isolá-lo mais ainda do mundo.

 

8. Trabalhe em conjunto com a escola e a equipe de cuidados

Muitos pais pensam que a escola deve trabalhar sozinha. No entanto, o trabalho em conjunto facilita o caminho para alcançar um objetivo comum. Por isso, utilize uma comunicação efetiva e aplique o trabalho desenvolvido na escola na vida diária.

Além disso, mantenha-se informado também sobre as necessidades de seu filho e trabalhe com a equipe de cuidados em saúde para garantir que ele esteja recebendo o apoio necessário. Essa estratégia diminui os desafios em lidar com autismo.

 

9. Converse com outros pais

Cada criança é única, mas ouvir sobre as experiências de pais que já enfrentaram situações semelhantes ajuda a ter ideias e soluções para evitar possíveis problemas. Além disso, é sempre reconfortante saber que há outros pais compartilhando dos mesmos desafios que você está enfrentando.

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