Ainda que sejam alvos fáceis de fake news, as vacinas têm eficácia comprovada contra uma série de doenças e não devem ficar de fora dos cuidados com a saúde de todos, especialmente das crianças. Em muitos casos elas são, inclusive, obrigatórias.

Pensando em ajudar você a se organizar e não deixar nenhuma imunização de fora, elaboramos um guia prático de vacinas para consultar sempre que precisar.

Lembrando que bebês prematuros têm um calendário especial, adequado à idade gestacional em que nasceram. Vale conversar com o pediatra e ter orientações personalizadas a respeito disso.

Vacinas para crianças

As vacinas a seguir constam nos calendários do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, e nos calendários da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

BCG
Protege contra as formas graves da tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar, entre outras.
Em 95% das crianças, no local da aplicação, forma-se um pequeno caroço avermelhado, que, nas semanas seguintes, evolui para uma pequena cicatriz. É essa cicatriz que indica que a BCG está ativa. Caso a cicatriz não se forme, é sinal de que a vacina não pegou e a criança precisa tomar uma segunda dose.

A forma de aplicação é injetável, em dose única, assim que a criança nasce (ou quando o peso corporal passar os 2kg). Em geral, a BCG é dada na maternidade, mas também pode ser aplicada em postos de saúde e clínicas particulares.

Hepatite B

Hepatites de qualquer tipo podem ser transmitida pela mãe durante o parto. No entanto, se a criança for imunizada entre 12h e 24h após o nascimento, os riscos de contágio são mínimos – posteriormente, aos 2, 4 e 6 meses de idade, são aplicadas outras doses.

A vacina que protege contra a hepatite do tipo B é injetável e pode causar reações como dor local, irritabilidade e, raramente, febre. Aqui, vale comentar: o imunizante usado na rede pública é produzido com células inteiras e o das clínicas particulares é acelular, provocando menos reações adversas.

Pentavalente

A vacina protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b (Hib), como meningite e pneumonia.

A pentavalente é injetável e pode causar reações como irritabilidade, febre, dor, nódulos subcutâneos e, raramente, convulsões febris. Assim como acontece com a vacina da hepatite B, os imunizantes usados nas clínicas particulares são acelulares, o que significa menos reações adversas. No entanto, a eficácia da vacina oferecida em rede pública é a mesma.

De acordo com o PNI, a pentavalente é dada em 3 doses: aos 2, 4 e aos 6 meses, com mais dois reforços: um aos 15 meses e outro aos 4 anos de idade.

VIP e VOP

Tanto a Vacina Inativada contra a Poliomielite (VIP) quanto a Vacina Oral contra a Poliomielite (VOP) protegem a criança da poliomielite (ou paralisia infantil).

Entre as possíveis reações adversas, a VIP pode causar febre moderada e vermelhidão no local por 24 a 48 horas após a aplicação. Já a VOP pode causar cólica e diarreia, mas isso é raro.

A vacina VOP, mais conhecida como “vacina da gotinha”, é a responsável pela erradicação da poliomielite no Brasil. Como é elaborada com vírus atenuados, em raríssimos casos, pode causar a pólio vacinal (quando a criança adquire o problema por causa da vacina).

Como o problema é mais comum na primeira dose, desde 2016, o PNI adota a vacina VIP (elaborada com vírus mortos, que não trazem risco de contaminação) nas três primeiras doses do primeiro ano de vida (aos 2, 4 e 6 meses de idade) e a VOP apenas no reforço e nas campanhas anuais de vacinação.

Lembrando: todas as crianças acima de 6 meses de idade devem participar das campanhas de vacinação contra a poliomielite, mesmo que já tenham tomado as doses necessárias. A medida tem um caráter de proteção coletiva.

Pneumocócica conjugada

A vacina protege contra infecções causadas pelos tipos mais agressivos de pneumococos – bactérias que são mais frequentes nos primeiros anos de vida e causam desde otite e infecções de garganta até doenças graves, como pneumonia e meningite.

A pneumocócica conjugada é injetável e tem como possíveis reações dor e vermelhidão no local da aplicação, irritabilidade, sonolência e choro.

De acordo com o PNI, a vacina deve ser dada no esquema de duas doses da 10-valente (que protege contra dez sorotipos de pneumococos) aos 2 e 4 meses de vida. O reforço deve ser dado aos 12 meses. Nas clínicas particulares, encontra-se a 13-valente (que protege contra mais três sorotipos). Nesse caso, a SBIm recomenda três doses (aos 2, 4 e 6 meses de vida), com reforço entre 12 e 15 meses.

Rotavírus

A vacina é dada via oral e protege contra as diarreias causadas por rotavírus. A primeira dose é dada a partir de 6 semanas de vida e, no máximo, até 3 meses e 15 dias. A segunda e última dose deve ser administrada até 7 meses e 29 dias. O efeito dura por toda a infância.
Entre as possíveis reações da vacina estão: febre, diarreia, irritabilidade, tosse e coriza. Em caso de dores abdominais e presença de sangue nas fezes até 42 dias após a vacinação, é necessário procurar o médico.

O sistema público de saúde oferece a versão monovalente da vacina, dada em 2 doses: aos 2 e 4 meses. As clínicas particulares têm à disposição a versão pentavalente, que é dada em 3 doses: aos 2, 4 e aos 6 meses. As duas são seguras e eficazes.

Meningocócica C conjugada (menC)

A vacina é injetável e protege contra infecções causadas pelo meningococo do tipo C. Essa é a bactéria que provoca a grande maioria dos casos de meningite meningocócica, cuja incidência é maior em crianças menores de um ano.

Febre baixa e irritabilidade são comuns nas primeiras 48 horas após a aplicação. Vermelhidão, enrijecimento e dor no local também são possíveis reações.

Quanto à dosagem, o PNI recomenda 3 doses: aos 3, 5 e 12 meses (essa última pode ser aplicada até os 4 anos). A SBIm preconiza um reforço 5 anos após a última dose e outro aos 11 anos, preferencialmente com a vacina quadrivalente (que só está disponível em clínicas particulares).

Febre amarela

A vacina é injetável e dada em dose única a partir dos 9 meses de idade. Como é produzida com vírus vivo atenuado, garante imunidade por pelo menos 10 anos.

Ainda é recomendado que seja aplicada apenas em quem vive em áreas de risco ou em caso de viagem a locais que obrigam a comprovação da vacinação.

Quanto às reações, de 5 a 10 dias depois da vacinação contra a febre amarela, há possibilidade de se apresentar febre, dor de cabeça e dor muscular. Reações no local da aplicação são raras.

Influenza

Essa é a vacina que protege contra a gripe. Como é anualmente modificada pela Organização Mundial de Saúde, de acordo com o aparecimento de novas cepas do vírus, é necessário fazer a imunização todo ano. A primeira dose deve ser dada no primeiro outono da vida da criança, a partir dos 6 meses de idade.

A vacina é injetável e pode causar vermelhidão, dor e uma enduração no local da aplicação. Em geral, tudo isso desaparece em dois dias. Febre, mal-estar e mialgia podem ocorrer quando se toma a vacina pela primeira vez. Mas não é regra.

Importante lembrar: a vacina é produzida com vírus mortos e fracionados, portanto, não causa gripe!

Pela política atual do governo, a vacina da gripe está disponível gratuitamente na rede pública só para bebês de 6 meses a crianças de até 5 anos (além de idosos, gestantes e alguns outros grupos especiais). Acima dessa faixa etária, é preciso recorrer às clínicas particulares.

Hepatite A

A doença costuma ser benigna na infância e mais grave entre adolescentes, adultos e idosos. Tanto que, entre crianças menores de 6 anos, 70% dos casos de hepatite A não apresentam sintomas. Ainda assim, a imunização é feita.

Nas clínicas privadas, são 2 doses a partir de 1 ano de idade, com intervalo de seis meses entre as aplicações. Na rede pública, a vacina tem dose única, aplicada aos 15 meses ou antes de a criança completar 5 anos.

Dor e vermelhidão no local são possíveis reações da vacina contra hepatite A. Febre e fadiga costumam ocorrer em menos de 5% dos vacinados.

Tríplice Viral (SCR)

Essa vacina protege contra sarampo, caxumba e rubéola. De acordo com o PNI, a primeira dose é aplicada aos 12 meses e outra, aos 15, mas na forma da vacina Tetra Viral (SCR-V), que ainda protege contra varicela (catapora).

A Tríplice Viral é injetável e composta de uma combinação de vírus atenuados, o que minimiza as reações adversas. Ainda assim, podem ocorrer febre e manchas avermelhadas na pele entre o 5º e o 12º dia depois da aplicação. Um leve aumento das glândulas parótidas e salivares não pode ser descartado, mas é uma reação mais rara. Após a aplicação da segunda dose, é possível que a criança desenvolva varicela, mas em uma forma bem leve.

Meningocócica B

Essa vacina só é aplicada em clínicas particulares e protege contra infecções causadas pela bactéria meningococo do tipo B, que é uma das formas mais agressivas de meningite. São dadas 3 doses no primeiro ano de vida: aos 3, 5 e aos 7 meses, com um reforço entre 12 e 15 meses.

A vacina é injetável e, em crianças menores de 2 anos, pode causar febre alta, com duração de 24 a 28h. Então, vale conversar com o seu médico.

Lembrando que beneficiários Care Plus contam com orientação pediátrica 24h por dia, 7 dias por semana, para o esclarecimento de dúvidas relacionadas à saúde de seus filhos.

Adultos também precisam de vacina!

Não são apenas as crianças que precisam estar com a carteira de vacinação em dia. Muitas vacinas precisam de reforço na idade adulta. Além disso, quem pretende viajar precisa se informar sobre as exigências de certas vacinas, tanto no Brasil quanto no exterior.