Os dados mais recentes da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que a obesidade na adolescência aumentou 110% entre 2007 e 2017.

De acordo com a avaliação do Ministério da Saúde, o principal motivo desse cenário foi a mudança nas mesas das famílias brasileiras: aquelas que comem comidas mais saudáveis, como a tradicional dupla arroz-com-feijão, não são mais unanimidade, e isso se reflete nos hábitos dos mais jovens na forma de incentivo à ingestão de comidas industrializadas e fast food.

Obesidade na adolescência é risco para a saúde do adulto

Avaliando a pesquisa, os especialistas mostram que, hoje, o consumo de alimentos artificiais, pobres em nutrientes, e a falta da prática de atividades físicas são dois fatores fortemente atrelados ao estilo de vida de quem está na adolescência. E isso pode custar caro em um futuro próximo.

O raciocínio é simples: a pessoa vai mudando de faixa etária e ganhando cada vez mais peso por causa do hábito alimentar adquirido quando jovem. Se esse cenário não se altera em algum momento, vai gerar obesidade.

E, como já é consenso entre os profissionais da área, junto com a obesidade, vem uma série de complicações para a saúde em geral. Para lembrar algumas: aumenta o risco de diabetes, hipertensão arterial, problemas cardíacos e até insuficiência renal. Além de ser risco para câncer também, como apontam diversos estudos.

Alimentação na infância faz diferença

Enquanto na infância, geralmente, se consome o que os pais disponibilizam (e estimular a alimentação saudável nessa idade é essencial, vale reforçar!), na adolescência, a pessoa conta com mais autonomia e poder de decisão sobre a própria alimentação. Muitos jovens almoçam fora, vão a festas, cinema, shoppings: lugares que nem sempre proporcionam refeições saudáveis (ou pelo menos não são a primeira opção deles).

Daí, segundo especialistas do Ministério da Saúde, vem a importância de se chegar a essa etapa da vida com hábitos alimentares bem consolidados. A justificativa é que, tendo acesso a comidas saudáveis ao longo de toda a infância, as chances de se fazer escolhas alimentares mais nutritivas na adolescência se tornam bem maiores.

Se essa não for a realidade de uma família, especificamente falando, cabe uma intervenção profissional, ou seja, uma consulta a um hebiatra e/ou um nutricionista. Afinal, quantos adolescentes mudam de atitude apenas com orientações, conselhos e alertas vindos dos pais? Bem poucos. Então, a informação vinda de fora acaba ganhando mais valor e deve ser buscada quando necessário.

Mudança de hábitos é a solução!

Mudar a forma de se alimentar, priorizando alimentos naturais, ricos em nutrientes, é uma medida essencial para reduzir os índices de obesidade e sobrepeso. E isso vale para qualquer etapa da vida.

Diante disso, o Ministério da Saúde aponta a necessidade de uma política pública que incentive pessoas a comerem de forma mais saudável. Ainda reforça a importância de a indústria alimentícia informar melhor o consumidor na hora de escolher seus produtos.

Os sucos industrializados, por exemplo, são vistos como mais saudáveis por muitas pessoas, mas têm quantidades de açúcar semelhantes às dos refrigerantes. E pouca gente se atenta a isso. O mesmo vale para alimentos diet/light, que são voltados para necessidades especiais, mas surgem como “excelentes” alternativas para quem quer emagrecer.

Voltando o foco para os adolescentes, os especialistas recomendam o planejamento como forma de manter a alimentação saudável ao longo de todo o dia.

Se a pessoa vai passar o dia estudando e vai almoçar fora de casa, por exemplo, vale proporcionar, no ambiente doméstico, um café da manhã e um jantar que sejam adequados e ricos em alimentos in natura. Essa pode ser uma ótima alternativa para garantir boa parte do aporte nutricional que o adolescente precisa, sem limitar sua autonomia fora de casa.

Lembrando que a prática de atividade física regular também tem papel de destaque tanto na prevenção quanto no tratamento de sobrepeso e obesidade. Então, vale incentivar os jovens, especialmente a praticar esportes!
 

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