Cuidar da higiene bucal é um hábito saudável e necessário em nossa rotina de prevenção de saúde. Além da escovação dos dentes e uso do fio dental todos os dias, as idas ao dentista também precisam ser regulares, como nossos exames de rotina, para detectar qualquer possível problema.

Um dos mais frequentes e prevalentes no mundo, por exemplo, é a retração gengival, também conhecida como recessão gengival ou gengiva retraída. De acordo com a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), estima-se que metade da população de 18 a 65 anos de idade tenha pelo menos um dente com essa condição.

Ela se caracteriza pela redução do tecido da gengiva que cobre naturalmente o dente, provocando seu deslocamento e a exposição de uma parte da raiz. Além do incômodo estético, dependendo do local e de sua extensão, esse quadro traz desconforto e pode prejudicar a qualidade de vida do paciente.

Isso porque provoca sangramento na gengiva – principalmente no momento da escovação – sensibilidade extrema e dores frequentes no dente, dificultando até a alimentação. Ademais, aumenta o risco do aparecimento de cáries e de lesões como erosão e abrasão dentária.
 

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6 causas comuns da retração gengival  

Os maus hábitos de higienização bucal podem sim ser agravantes para o desenvolvimento da condição, mas não são a única possível causa.
 

1. Escovação incorreta

Mais do que a falta da escovação, a APCD aponta que o motivo mais frequente da gengiva retraída é o uso inadequado das escovas, fio dental e/ou técnicas de limpeza que aplicam muita força e podem machucar a região, provocando o problema.

Além disso, especialistas apontam que a fricção de uma escova com cerdas muito duras pode causar danos ao local e, por consequência, o afastamento da margem do tecido gengival da coroa do dente.
 

2. Genética

Uma pré-disposição a doenças periodontais e condições inflamatórias de caráter crônico, como a gengivite e a periodontite, que também ocorrem pela presença do tártaro ou placa bacteriana, facilitam o quadro. Inclusive, pacientes que manifestaram a retração gengival após o tratamento dessas condições devem redobrar os cuidados de saúde bucal para evitar sua progressão.
 

3. Aspectos físicos da boca

Ainda, são fatores de risco um mau posicionamento natural dos dentes, ou seja, má oclusão dentária, e a espessura muito fina da gengiva e do tecido ósseo, que facilitam sua reabsorção. Ambos exigem hábitos de higienização constantes.
 

4. Traumas na região

Caso você sofra algum tipo de ferimento traumático na boca por causa de lesões, doenças ou outros fatores, uma das consequências pode ser a retração do tecido da gengiva.
 

5. Fatores externos

Muitas pessoas fazem uso de aparelho ortodôntico para realinhar a arcada dentária, mas, por dificultar a higienização e às vezes machucar a gengiva, ele pode favorecer ou agravar o problema. O mesmo acontece com placas de mordida ou em alguns casos de restauração e próteses mal adaptadas.
 

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6. Bruxismo

Esse conhecido distúrbio promove o ranger dos dentes de forma involuntária, principalmente durante o sono. A pressão desses movimentos pode atingir a gengiva e desencadear a condição. Ao ser diagnosticado, seu tratamento é fácil e indolor, muitas vezes realizado apenas com o uso de uma placa dentária para dormir.
 

 O que fazer ao identificar a gengiva retraída? 

O primeiro passo para solucionar esse problema é sempre procurar um profissional para avaliar e ter mais detalhes da causa antes de dar início ao tratamento adequado.

É importante ressaltar que o descuido com o quadro ou a demora em procurar auxílio podem comprometer o dente de maneira definitiva, causando sua perda. Por isso, um diagnóstico ainda no início pode fazer toda a diferença no resultado do tratamento.

De acordo com a Secretária de Saúde do Estado de Goiás, nos casos mais simples, em que sua manifestação ocorre pelo acúmulo de tártaro, o objetivo é evitar que o processo de retração evolua, além de facilitar a inserção das fibras gengivais no dente.

O profissional poderá realizar uma raspagem subgengival ou optar por uma limpeza mais especializada e profunda, chamada de tartarectomia, que remove as placas bacterianas.

Quando a recessão já se apresenta muito extensa e está associada a desgastes e lesões, a escolha pode ser o tratamento endodôntico, conhecido como tratamento do canal.

Porém, se o dentista identificar problemas periodontais por trás da causa da retração gengival, é feita uma redução nas bolsas periodontais com o objetivo de diminuir o acúmulo de bactérias.

A correção cirúrgica só é considerada caso exista a possibilidade de evolução do processo ou quando a estética da gengiva fica muito comprometida.

Atualmente, existem técnicas modernas para reconstrução, reposicionamento e aumento de volume da gengiva (enxerto de gengiva) para restaurar sua saúde e qualidade.

Quem já apresenta o problema, deve realizar seu controle e manutenção com acompanhamento profissional regular. Para prevenção e melhora dos sintomas, vale se atentar aos hábitos de higiene como escovação correta aliada ao uso de enxaguante bucal e fio dental todos os dias.
 

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