Por Fernando Fernandes
Médico de Gestão de Saúde da Care Plus

Em tempos de exposição em mídias sociais e valorização da imagem do corpo em alta, sabemos que muitos de nós já pensou ao menos uma vez em ter uma vida que se adequasse mais ao universo “fitness”.

Mas a verdade é que basta imaginar o despertador tocando uma hora mais cedo diariamente ou cogitar a possibilidade de incluir uma nova atividade na nossa já exaustiva rotina ao fim do dia e já se revelam os motivos de desânimo antes mesmo de dar o primeiro passo.

Não faltam justificativas para deixar a prática de exercícios fora das atividades do dia a dia. Tempo de deslocamento, jornada ampla de trabalho, estudos, compromissos com a família. Tudo pesa a favor de que cada vez mais a gente se concentre em passar nossos preciosos minutinhos livres, muitas vezes, sentados à frente da TV ou rolando a tela dos celulares tendo piedade de nós mesmos - afinal, são tantas responsabilidades - enquanto ainda gozamos de plena saúde e, muitas vezes, nem pensamos sobre isso.

Voltando naquele pensamento apresentado inicialmente, a grande questão que se move em torno da prática de atividade física não deve estar na necessidade de se adequar ao padrão fitness. A verdade dos nossos dias é que o sedentarismo se tornou realmente alarmante. Um em cada quatro adultos é sedentário, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre as crianças e adolescentes, ainda segundo o órgão, 80% não praticam exercícios com frequência.

Isso é um grande problema já que o sedentarismo está entre os principais fatores que agravam os riscos de doenças crônicas e não-transmissíveis em todo o mundo. Como a própria OMS alerta, pessoas que não praticam atividade física têm mais chance de desenvolver condições como enfarte, AVC (acidente vascular cerebral), câncer de mama e câncer colorretal, entre outras doenças.

E isso pode ser observado nas investigações feitas por médicos de diferentes especialidades durante as consultas. Muitas vezes, analisando os hábitos de vida dos pacientes, os profissionais observam que muitas doenças poderiam ter sido evitadas com medidas preventivas.

Diferentes estudos mostram a associação entre a prática regular de atividades físicas e a redução da mortalidade em geral, principalmente nos casos de doenças cardiovasculares. O hábito de se manter ativo contribui para a redução da gordura corporal, regulação da pressão arterial, melhora da sensibilidade à insulina, aumento da massa muscular, preservação dos ossos, maior capacidade cardiorrespiratória, além de flexibilidade e equilíbrio.

Ou seja, a prática regular de atividade física colabora para prevenir ou reverter condições de saúde como obesidade, hipertensão, diabetes, osteoporose, DPOC, entre outras doenças. Isso me faz pensar: será que tendo a possibilidade em nossas mãos de evitar todas essas doenças queremos mesmo correr o risco de desenvolvermos algumas delas?

Creio que a resposta seja não. Então, fica aqui o convite para que a gente possa usar realmente a atividade física como um fator preventivo de doenças. Nesse contexto, a conversa com um médico se torna essencial. Uma visita bem orientada, com análise do histórico de saúde e consenso sobre o que mais se adapta ao estilo de vida de cada um, pode levar a um novo hábito que garantirá um ganho importante em anos de vida mais saudáveis.


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